Você sabia que aproximadamente 90% das invasões a condomínios ocorrem pela porta da frente? Este alarmante dado estimado por especialistas na área nos chama a atenção para o fato de que um considerável número de “furos” na segurança predial se dá com os criminosos adentrando o prédio sob o recurso de disfarces. Os golpes são diversos: a grávida pedindo para usar um banheiro ou o indivíduo que chega assustado pedindo ajuda após um suposto “assalto”, há o falso agente sanitário de combate à dengue, o carteiro que na verdade não trabalha para os correios ou o “entregador” que não veio entregar nada, mas sim buscar (e ilicitamente!). Entre tantos, um dos mais comuns é o disfarce do falso funcionário de concessionária de energia, internet ou TV a cabo. A tática se repete em várias cidades: os criminosos chegam, geralmente em dupla, vestindo fardamento caracterizado com cores e marca idênticas às da empresa original, além de equipamentos como escadas, maleta de ferramentas, cabos e afirmam que têm visita técnica agendada. Diante de um porteiro descuidado, podem acessar o condomínio sem que seja checada a informação e sem autorização. Já dentro do prédio, eles se veem livres para tentar adentrar portas de apartamentos que porventura estejam abertas para praticarem furtos e saírem silenciosamente ou, eventualmente, chegam até mesmo a render moradores efetivamente. Exemplo recente desse tipo de golpe corriqueiro ocorreu em Jundiaí (SP), quando um grupo de homens disfarçados de prestadores de serviços invadiram, no início da tarde do dia 6 de junho, um residencial no bairro Vianelo. Já dentro do condomínio, os ladrões conseguiram invadir um apartamento, roubaram relógios, joias e obrigaram um morador a realizar transferências por PIX no valor de R$ 60 mil. Os criminosos conseguiram evadir do local. Para coibir tais invasões é importante investir não só nos equipamentos de segurança, mas também nos recursos humanos, isto é, treinar muito bem os porteiros para saber executar protocolos de segurança, checagem de visitantes e identificar situações suspeitas. Ao receber prestadores de serviço, é recomendado solicitar crachá e documento com foto, coletar os dados do funcionário. Averiguar com o condômino a autorização para o prestador entrar é fundamental e essa regra jamais deve ser quebrada. De preferência, o serviço deve ser comunicado à portaria com antecedência, inclusive. Se mesmo assim o porteiro levantar suspeita, é válido fazer uma checagem diretamente com a empresa em questão, telefonando e questionando se tal serviço foi agendado. Um ponto importante a ressaltar é que esses procedimentos devem ser executados sem exceções, pois o porteiro precisa ter a confiança de que não será intimidado por algum morador ou pelo próprio síndico no intuito de quebrar as regras em favor de alguém. Assim poderá realizar seu trabalho com sem medo de ser rigoroso.