A forma de morar do brasileiro passou por uma transformação visível nas últimas décadas. Com o aumento populacional dos grandes centros, as casas foram dando origem aos edifícios residenciais, fato que evidenciou a verticalização das cidades, sobretudo como moradia. Dados mais recentes do IBGE indicam que o número de prédios residenciais cresceu cerca de 320% no país em 35 anos (entre 1984-2019)
Com o crescimento vertiginoso das cidades e com ele dos condomínios, o número de moradores tornou consequência. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (Abrassp) indicou que até 2021, aproximadamente, 68 milhões de pessoas viviam em condomínios no Brasil. Uma parcela considerável da população que, por sua vez, geram emprego e renda apenas no tocante à moradia.
Ainda de acordo com a Abrassp, estima-se que o setor de condomínios movimente anualmente um volume de R$ 165 bilhões, gerando renda e emprego em todas as regiões do país. Neste mês de maio, quando é celebrado o Dia do Trabalhador, é importante destacar que o setor emprega mais de 420 mil síndicos e 500 mil porteiros em todo país, conforme dados da Abrassp e do IBGE, respectivamente.
Alguns vínculos são de longa data, como é o caso de Valdir Inácio, de 48 anos, zelador em um edifício residencial em João Pessoa há 25 anos. Ele conta que foi o emprego no condomínio que permitiu que ele sustentasse sua família por todo esse tempo, além de ajudar na formação da sua enteada. “Eu sou muito grato pela oportunidade que me deram aqui, porque foi com o meu trabalho como zelador que conquistei minhas coisas e ajudei a criar minha enteada desde os sete anos. É um trabalho que tenho muito orgulho e prazer em fazer”, comentou.
O crescimento do setor também tem impactado o mercado de trabalho. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que somente em 2022, o setor imobiliário promoveu 32 mil postos de trabalho formais. Em 2023, até fevereiro, último mês de informações catalogadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram mais de 5 mil admissões formais.
O setor imobiliário definitivamente está consolidado como um segmento da economia que coloca comida na mesa de muitos trabalhadores pelo país. Segundo a Associação Brasileira de Incorporadores Imobiliários (ABRAINC), mais de 60% dos empreendedores imobiliários esperam que 2023 seja melhor que 2022. O Banco Central também aponta uma alta no mercado imobiliário para o ano.