Dia do Síndico 30 de Novembro – O que foi, e o que é ser síndico nos dias atuais

Dia do Síndico 30 de Novembro – O que foi, e o que é ser síndico nos dias atuais

O trabalho do síndico tem se valorizado com o aumento do número edifícios sendo construídos principalmente nos grandes centros urbanos. A estimativa mais recente, de 2023, aponta que existam mais de 420 mil síndicos atuando no Brasil.

 

É importante lembrar que o cargo de síndico, embora tenha ganho mais destaque recentemente, não é recente. Muitos síndicos atuam há décadas no cuidado de condomínios dos moradores e dos funcionários, e nos do Jornal do Síndico acompanhamos esse mercado há mais de 34 anos por todo o Brasil.

 

No caso de Wilson Trindade, por exemplo, ele foi síndico durante 23 anos em um edifício residencial em Belo Horizonte. Ele conta que durante o período, passou por muitas mudanças, lidou com muita responsabilidade, mas lembra que foi um trabalho gratificante.

 

“Durante o período em que fui síndico, fiz muitas reformas, ampliação de salão, construção de novas áreas, tudo com a ajuda dos moradores. Sempre tive apoio, de uma maneira geral, para cuidar deles. Claro, como síndico, a gente tem que lidar também com questões de convívio, desentendimentos, faz parte. Mas foi uma ótima experiência e hoje ainda tenho uma ótima relação com todos” explica.

Além do síndico morador, como foi o caso de Wilson Trindade, é crescente também o cenário onde há a profissionalização da função. O trabalho do síndico de maneira geral é lidar também com muitos trâmites burocráticos, fato que exige em alguns momentos dedicação exclusiva. Nesses casos, tem se tornado comum os condomínios que contratam síndicos que atuam como profissionais na gestão.

Roger Próspero, que é síndico profissional em São Paulo, comenta que é um entusiasta da “nova” profissão. Ele conta que começou a atuar há cerca de 14 anos como síndico morador em um condomínio com mais de 200 unidades, onde ainda é síndico, tendo sido reeleito por sete vezes consecutivas.

“Quanto melhores os profissionais, melhor para o setor, para o mercado condominial e para as gestões. É interessante citar que cerca de 15% dos síndicos são profissionais em todo o país, então ainda temos muito mercado, a demanda é crescente e segue exigindo cada vez mais”, avalia.

Ainda de acordo com o síndico profissional, mesmo antes de se profissionalizar, Roger Próspero relata que precisou se informar sobre o trabalho, sempre prezando pela formação, pelo estudo para aperfeiçoar a gestão. “Desde o início, consegui montar uma associação de síndicos da minha região, dos quais ainda temos contato, para trocar idéias, informações, recomendar bons prestadores de serviços. Também investi em formação, em cursos, porque acredito que é assim que um síndico deve proceder”, acrescenta Roger.

Ele comenta ainda que, embora tenha investido em cursos, a profissão ainda não é regulamentada e os cursos, neste cenário, não têm validade no sentido de serem considerados como um MBA (Master in Business Administration), muito embora tenha a modulação e a duração de uma especialização.

“O síndico para estar preparado precisa ter em perspectiva um conhecimento multidisciplinar: tem que entender de direito trabalhista, cível, de engenharia hidráulica, de gestão de pessoas, entre outros. É um desafio tremendo para um síndico atuar em alta performance, porque é um trabalho multidisciplinar. Por isso, um bom síndico continua se informando e se atualizando de forma permanente, além de se cercar de bons profissionais”, comenta.

 Roger acrescenta que o síndico também é um grande cuidador, precisa estar atento às necessidades dos moradores, uma vez que cada família, vai apresentar suas demandas específicas, é necessário o bom senso e boa vontade.

 “Enquanto síndico, a gente tem que entender variadas necessidades e atender da forma mais humanizada, da melhor forma. Isso sem falar na responsabilidade de cuidar do patrimônio das pessoas que lutaram muito para conquistar aquele imóvel. Então é sempre manter a manutenção, usar de planejamento, para evitar gastos extras e, principalmente, evitar a desvalorização do imóvel dos moradores”, conclui.

“Ser síndico é um trabalho nobre, de muita responsabilidade, que sem dúvidas nós ajuda na construção da noção de cidadania”, finaliza Roger.