Criada na década de 90 em âmbito nacional, a campanha anual do Outubro Rosa hoje é consolidada como um ato coletivo de saúde pública de apelo à prevenção ao câncer de mama, objetivando conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Todos os veículos de comunicação têm a responsabilidade de compartilhar informações sobre o tema, que propiciem mais acesso ao diagnóstico e ao tratamento desta doença.
O câncer de mama afeta a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo, sendo um dos três tipos de maior incidência, junto com o de pulmão e o colorretal, porém o de mama é o que mais acomete as mulheres em 154 países, incluindo o nosso. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o CA de mama também é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres (excluídos os tumores de pele não melanoma). Para o ano de 2022 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres.
A neoplasia mamária não é exclusividade feminina, os homens também podem ter, embora constituam um pequeno percentual dos casos. A incidência da doença prevalece entre mulheres e aumenta a partir dos 40 anos, idade a partir da qual é indicado o rastreio. Abaixo dessa faixa etária, a ocorrência da doença é menor, bem como sua mortalidade, tendo ocorrido menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres. Já a partir dos 60 anos o risco é 10 vezes maior.
Esses dados explicam o porquê de todas as mulheres precisarem iniciar a partir da 4ª década de vida seu rastreio anual com o exame indicado: a mamografia, um exame radiológico capaz de detectar lesões malignas em fase bem precoce, possibilitando uma boa chance de tratamento e cura (chegando a 95%). Todavia, quanto mais avançado for o estágio do câncer no momento em que a doença é detectada, a chance de cura vai ficando menor, infelizmente. Irão iniciar antes dos 40 anos apenas mulheres com histórico familiar de câncer de mama e condições específicas que caracterizem alto risco.
A campanha do Outubro Rosa tem como objetivo a divulgação de informações sobre o rastreio, a detecção precoce e também sobre fatores que ajudam a evitar o câncer de mama. Segundo o INCA, é possível reduzir em 28% o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama a partir da adoção de alguns hábitos. Entre eles estão: praticar atividade física regularmente; alimentar-se de forma saudável; não fumar; ter o peso corporal adequado; não ingerir bebidas alcoólicas; evitar uso de hormônios sintéticos em altas doses.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda a realização anual da mamografia regular a partir dos 40 anos em mulheres assintomáticas, como define a Lei 11.664/2008. Já o SUS, entretanto, por determinação do Ministério da Saúde, disponibiliza e orienta mamografia apenas em mulheres com idade entre 50 e 69 anos, com regularidade a cada dois anos.