Os pombos fazem parte da fauna brasileira, mas a proliferação excessiva deles pode trazer grande dor de cabeça para o gestor do condomínio não apenas por prejuízos estéticos, mas também devido aos riscos sanitários, uma vez que esses animais podem ser vetores de doenças.
Os pombos quando aglomerados são ruidosos, fazem sujeira em sacadas, paredes e calçadas, montam ninhos em locais inconvenientes como caixas de ar-condicionado e chaminés. Além disso tudo, são propagadores de doenças fúngicas como Histoplasmose e Criptococose que podem levar a complicações em indivíduos imunossuprimidos, além da Toxoplasmose e Salmonella. Por essas características esses bichinhos são moradores indesejáveis na maioria dos edifícios.
A primeira informação para se ter ao se falar em manejo de pombos em condomínio é a de que eles não podem ser tratados como quaisquer pragas urbanas, as quais podem ser exterminadas. Esses animais são protegidos pela Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal n. 9605/1999). Assim, maltratar ou abater pombos pode ser uma ação com implicações jurídicas.
Segundo Eloísa Marchetto, bióloga, configuram práticas vedadas por lei matar, perseguir, caçar, apanhar, modificar, danificar ou destruir ninhos. “Nada disso é possível fazer sem autorização dos órgãos de meio ambiente de cada estado. Antes da eliminação, é preciso tentar várias alternativas.”, afirma a profissional. Tal explicação vem ao encontro da Instrução Normativa do IBAMA n.141/2006 de que caso sejam esgotadas todas as alternativas de manejo, o controle de pombos pode ser autorizado pelo órgão competente.
Dessa forma, o que é possível fazer para controlar os incômodos provocados pelos pombos no condomínio? O manejo dos pombos não consiste no abate, pois, conforme dito, isso é uma prática ilegal, põe-se em prática uma estratégia de impedimento do acesso ao alimento, à água e ao abrigo.
“Em relação aos pombos, trabalhamos com dois tipos de manejo. Um deles é a eliminação dos locais de pouso através de fios de náilon, espículas, vedação dos locais de entrada, para que o pombo precise procurar outro lugar pra pousar e nidificar”, exemplifica Eloísa Marchetto.
A bióloga acrescenta que há outra técnica a qual utiliza ondas eletromagnéticas como “repelente” contra os pombos. “É um sistema definitivo de repelência eletrônica, através de campo eletromagnético de baixa frequência (12Hz). Essas ondas agem diretamente no sistema de orientação espacial dos pombos, causando desorientação e impede o pouso das aves onde o aparelho está instalado.” A especialista assegura que não causa danos às aves, outros animais domésticos ou seres humanos, nem causa interferência em equipamentos eletrônicos, sendo assim uma alternativa ecologicamente correta, sem ruído e de baixo custo de energia para se lidar com o incômodo dos pombos em condomínios.