O dia 22 de Março de cada ano foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ser o Dia Mundial das Águas. Neste ano em que o país enfrenta a maior crise hídrica das últimas décadas, a data especial servirá para reforçar o alerta contra o desperdício e sensibilizar as pessoas para um uso mais racional desse bem indispensável à vida
Uma avaliação internacional também da ONU revelou que, se o desperdício continuar da maneira como está, 5,5 bilhões de pessoas poderão não ter acesso a água limpa em 2025. E, em 2050, apenas um quarto da população mundial vai dispor de água para satisfazer as suas necessidades básicas.
Apesar de ocupar uma posição privilegiada em relação a recursos hídricos e ser possuidor de 12% de toda a água doce do planeta, o Brasil enfrenta hoje uma séria crise de abastecimento em várias regiões, colocando em cheque também a produção de energia hidrelétrica. Isso significa que, além de economizar água, é necessário também usar a energia elétrica com consciência.
Mudança – Diversos estados estão com a distribuição de água limitada, mas foi São Paulo que ganhou maior espaço nos noticiários nos últimos meses, por ser populoso e o centro econômico do país. Muitos condomínios modificaram sua dinâmica para fazer melhor uso da água. Os condôminos estão sentindo a própria rotina ser afetada, porém, via de regra, há um entendimento geral da importância e necessidade de se tomarem tais medidas.
A estudante Elze Rodrigues, moradora de um residencial nos Campos Elíseos, apoia as medidas adotadas em seu prédio. “As locações da churrasqueira e do salão de festas estão suspensas até segunda ordem. Sempre que se faz uma lavagem da área comum ou garagem, é explicada a origem da água (da mina). Além disso, há avisos com recomendações para economizar água, alertando para o consumo máximo que o condomínio pode ter”, relata.
Opções – A crise hídrica aumentou a procura em busca de instalação de sistema de reuso de água da chuva, daquela oriunda de máquinas de lavar ou mesmo da água que escapa dos aparelhos de ar condicionado, por exemplo. Com um projeto hidráulico adequado, é possível recolher essa água que – apesar de não servir mais para o consumo humano – pode ser utilizada em outras atividades.
De acordo com a NBR 13969/97 da ABNT, “no caso do esgoto de origem essencialmente doméstica ou com características similares, o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qualidade de água não potável, mas sanitariamente segura, tais como irrigação dos jardins, lavagem dos pios e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, dentre outros”.
Além do reuso de água, outras medidas podem ser observadas: restringir o uso das áreas de lazer a apenas um ou dois dias na semana; vistoriar torneiras, bombas d’água e encanamentos para detectar e exterminar possíveis vazamentos; diminuir a pressão de vazão da água que chega às torneiras e, se possível, trocar as torneiras das áreas comuns pelos exemplares nos quais se empurra a válvula que libera água por alguns segundos ou as de sensor (onde a água só é liberada enquanto a mão está embaixo).