8 de março: Dia da Mulher

Paixão pela sindicância passa de mãe para filha em condomínio de São Paulo.

 Ela se desdobra em várias para dar conta de todas as atividades do dia: trabalhar, cuidar da casa, dar atenção à família e… administrar o condomínio. Sim, cresce cada vez mais o número de mulheres que assumem o desafio de ser síndica. Muitas vezes, essa responsabilidade extra, vem se acumular com várias outras que ela já tem de desempenhar e aí é preciso muito jogo de cintura para fazer dar certo.

A psicóloga familiar Gerusa Carmen, 57 anos, reflete sobre o papel da mulher na sociedade atual. “Nossas gerações passadas lutaram muito para dar às mulheres um nível de equidade com o homem, seja dentro de casa ou fora. E assim elas estão progressivamente conquistando seu espaço, chegando a ocupar cargos que eram tradicionalmente masculinos como militar, motorista e, inclusive, síndica de condomínio. Isso hoje não é grande novidade, mas um dia já foi”, comenta.

A própria Gerusa é um exemplo do tema abordado: a psicóloga mora no mesmo condomínio residencial em São Paulo há 24 anos e já foi responsável pela administração dele por algumas gestões. Apesar do tempo limitado, ela sempre procurou estar reciclando seus conhecimentos e pagou do próprio bolso um curso de síndica no qual eram ministradas aulas diversas, de legislação à manutenção predial. “Já exerci cinco mandatos de síndica e outras tantas vezes fiz parte do conselho fiscal. Eu sempre tive uma rotina muito corrida para cuidar dos meus filhos e também trabalhar fora de casa, porém sempre gostei de me envolver com as questões do condomínio, porque esse é um patrimônio que também é meu. Então acho que eu, como dona, tenho responsabilidades”, afirma.

Aposentadoria – Apesar de estar aposentada e hoje ter mais tempo livre, Gerusa diz que não pretende mais ser síndica, por apresentar problemas de saúde que limitam sua locomoção. A missão foi assumida pela filha Betânia, de 25 anos, que neste ano de 2015 iniciou o primeiro mandato. A mãe transmite à filha os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. “Na última eleição ela espontaneamente colocou o nome à disposição e ganhou. Eu nunca influenciei nisso, foi uma decisão dela, talvez por ter acompanhado meus mandatos de perto. Mesmo sendo jovem, minha filha é muito respeitada pelos outros moradores, pois ela praticamente cresceu nesse condomínio, é bacharel em Direito e também demonstra muita diplomacia para o diálogo. Então acho que une a vontade de fazer um bom trabalho por um patrimônio que também é dela e a competência de quem conhece os caminhos a serem seguidos”, conclui, orgulhosa, Gerusa.

Origem da data

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czaristana Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto. O Dia Internacional das Mulheres e a data de 8 de março são comumente associados a dois fatos históricos que teriam dado origem à comemoração. O primeiro deles seria uma manifestação das operárias do setor têxtil nova-iorquino ocorrida em 8 de março de 1857 (segundo outras versões em 1908). O outro acontecimento é o incêndio de uma fábrica têxtil ocorrido na mesma data e na mesma cidade. Não existe consenso entre a historiografia para esses dois fatos, nem sequer sobre as datas, o que gerou mitos sobre esses acontecimentos.

Fonte: Wikipédia