As obras nos condomínios são uma constante. Sejam para melhorias das áreas comuns ou para reformas estruturais necessárias.
Qualquer obra em condomínio requer dinheiro, e para executar existem alternativas, uso do fundo de obras, rateios feitos a partir da cobrança de taxas extras aos condôminos, ou o financiamento condominial, opção do mercado financeiro que tem se tornado mais popular com o advento dos bancos digitais.
Os síndicos devem avaliar com cautela antes de apresentar à assembleia as opções para custear as obras no condomínio. Felipe Ramelli, síndico em João Pessoa, relatou que fez uma pesquisa junto às instituições financeiras para saber mais sobre as taxas de juros de cada uma delas para o financiamento de uma reforma estrutural no prédio que havia sido iniciada em março deste ano.
“Estamos fazendo essa reforma desde março com a cobrança de taxa extra. Quando chegou setembro, percebemos que a obra precisaria continuar em outras áreas. Sabendo disso, levei as duas opções para assembleia: a permanência da taxa extra por mais tempo ou a possibilidade de financiamento condominial” comentou.
A menor taxa de juros encontrada pelo síndico para modalidade de financiamento condominial foi de 1,8% ao mês. Felipe Ramelli comentou que a única garantia pedida pelo banco foi a aplicação de uma quantia na própria instituição como um fundo de reserva.
“Para conseguir o financiamento é preciso ter um valor em caixa, que você deposita numa aplicação deles e essa aplicação fica retida até o fim do financiamento. O valor dessa aplicação equivale, em média, a cinco ou quatro vezes o valor da parcela. Quando acaba o financiamento, você resgata essa aplicação”, completou. No caso dos bancos digitais, a burocracia é menor, não precisa de fundo de reserva, nem de fiador. A única garantia são os boletos de cotas condominiais, que se as parcelas não forem pagas, cerca de 30% da arrecadação do condomínio fica retida até que a dívida seja quitada.
A dica é que o financiamento condominial seja utilizado, prioritariamente, em casos emergenciais, por conta da taxa de juros ou das garantias para concessão do empréstimo.
“ Se fosse uma obra emergencial, teríamos que pagar logo, então teríamos que recorrer ao financiamento. Como ainda temos tempo, optamos arrecadar mais dinheiro”, concluiu.