Reaproveitamento de ‘água cinza’ traz economia
para o condomínio e benefícios ao meio ambiente
O uso racional da água é um tema bastante em evidência nos últimos anos e especificamente em 2014 vem sendo fortemente abordado pelos meios de comunicação desta vez não devido à seca no Nordeste, mas à situação precária em que se encontram os reservatórios que abastecem a cidade mais populosa do país, São Paulo e região.
O Sistema Cantareira – responsável pela água que chega aos paulistanos – atingiu a marca de 18% de sua capacidade, um nível crítico, que a caracteriza a situação como a pior crise hídrica já enfrentada pela metrópole em sua história recente. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) estima que essa reserva de água deva durar até outubro ou novembro, isso contando com que o recurso seja consumido moderadamente.
Uma avaliação internacional da ONU revelou que, se o desperdício continuar da maneira como está, 5,5 bilhões de pessoas poderão não ter acesso a água limpa em 2025. E, em 2050, apenas um quarto da população mundial vai dispor de água para satisfazer as suas necessidades básicas.
São momentos de crise como esse que devem ser usados para provocar uma reflexão. Estamos fazendo bom uso desse elemento tão essencial à vida como é a água? Que medidas podem ser adotadas para otimizar e aproveitar ao máximo esse recurso natural? Estudos científicos já demonstram que a proporção de água que se consome e também que se polui é infinitamente superior à produção de água potável que a natureza se esforça para oferecer. Então é hora de rever posturas e mudar hábitos.
É por isso que, no período de sua concepção, condomínios mais modernos vêm acrescentando estratégias para fazer valer o reaproveitamento de água e evitar o desperdício. Porém nada impede que condomínios mais antigos se adaptem e implantem melhorias no uso da água. Existem empresas que prestam assessoria para montagem de projetos com essa finalidade. Além de colaborar com o meio ambiente, a economia nas despesas de água também são um argumento a mais para levar esse assunto à assembleia de condomínio.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na NBR 13969 de 1997, no item que trata do reuso local, afirma que: “No caso do esgoto de origem essencialmente doméstica ou com características similares, o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qualidade de água não potável, mas sanitariamente segura, tais como irrigação dos jardins, lavagem dos pios e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, na manutenção paisagística dos lagos e canais com água, na irrigação dos campos agrícolas e pastagens, dentre outros”.
Com um projeto hidráulico adequado, é possível recolher essa água que – apesar de não servir mais para o consumo humano – pode ser utilizada em outras atividades como as já citadas. Quer dizer, aquela água que iria embora pelo ralo, acaba servindo para diversas funções dentro do condomínio que nas quais, normalmente, é desperdiçada a água potável.