Simples atitudes podem diminuir riscos de acidentes com idosos

Simples atitudes podem diminuir riscos de acidentes com idosos

O Brasil – assim como grande parte dos países em desenvolvimento – passa por uma transição demográfica que vem modificando sua pirâmide etária e que promete mudar o perfil da população em alguns anos: estima-se que em 2030 o país terá mais idosos do que crianças pela primeira vez na história. Serão 41,5 milhões (18% da população) de pessoas acima de 60 anos.

 

Tal mudança certamente trará impacto na dinâmica das cidades, a começar na forma como as moradias se organizam. O espaço onde vive o idoso tem grande importância para a manutenção de sua saúde e integridade física. Os acidentes domésticos – incluindo as quedas – são eventos que tendem a ocorrer com maior frequência a partir dos 60 anos, quando o corpo humano naturalmente vai apresentando maior déficit de equilíbrio, fraqueza muscular e redução da capacidade funcional.

 

Porém, a idade não é o único fator que favorece esses incidentes. Os condomínios precisam estar preparados para a população idosa, pois falhas estruturais ou falta de planejamento neles também são responsáveis por colaborar para que os idosos se acidentem: uma escada sem corrimão, uma rampa íngreme demais, o piso que foi lavado e permanece escorregadio, a falta de sinalização em escadas, má iluminação em corredores, etc.

 

Aproximadamente 54% das quedas em idosos são causadas por ambiente inadequado. Dentre os problemas citados, o principal vilão é também o mais fácil de ser evitado: o piso escorregadio. Esse pode ser modificado sem ser necessário nenhum tipo de investimento em obras ou adequações, basta treinar e orientar os funcionários da limpeza a fazerem o procedimento correto e nunca esquecer de usar placas de sinalização para alertar no perímetro que foi molhado.

 

Outro fator que também pode ser resolvido com simples mudanças de conduta são os objetos deixados no chão: caixas, baldes, tapetes ou também objetos esquecidos por condôminos, sobretudo brinquedos de crianças. Tudo isso pode funcionar como armadilha para quem já não possui tanta acuidade visual e flexibilidade de movimentos.

 

O condomínio precisa ir gradativamente se preparando para o futuro e isso começa com essas pequenas mudanças no cotidiano. A adequações estruturais também serão aos poucos necessárias e, para isso, é interessante levar o debate à assembleia de condôminos, a fim de coletar sugestões.

 

Existem empresas especializadas em consultoria para adaptar ambientes à acessibilidade não apenas de idosos, mas também de pessoas com alguma deficiência ou necessidade especial temporária ou permanente. Além disso, arquitetos também são profissionais indicados para orientar as mudanças necessárias no condomínio, o qual deve sempre prezar pela segurança e bem-estar de seus integrantes.