Em se tratando da cobrança pelo consumo de água, ainda temos no Brasil condomínios que adotam modalidades diferentes: há os que incluem a conta de todos os condôminos juntamente com as despesas ordinárias do prédio e há aqueles que individualizam a cobrança, tendo cada unidade o seu próprio contador, por meio do qual é contabilizado o consumo, sendo cada condômino responsável por arcar com seus débitos junto à concessionária fornecedora.
O primeiro modelo é antigo, predomina em prédios construídos há mais tempo, no qual sempre houve um relógio contador único, não havendo – portanto – discriminação das despesas individualizadas. Esse método apresenta falhas e distorções. Vejamos: considerando um edifício com perfil heterogêneo, onde habitam tanto famílias com quatro ou mais membros, quanto indivíduos solteiros que vivem sozinhos. Moram pessoas que tomam banho três vezes ao dia e mora também aquela pessoa que só fica em casa durante a noite ou mesmo apenas nos fins de semana. É justo que seja cobrado o mesmo valor na conta de água em ambas situações?
Tais discrepâncias fizeram surgir o segundo método de cobrança, a que individualiza os custos. Assim, cada um paga apenas pelo que consome e, separadamente, é feito um rateio com o gasto de água usada nas atividades coletivas do condomínio, tais como: regar plantas, limpeza dos espaços comuns, manutenção da piscina.
A novidade do momento é que, dentro de alguns anos, a tendência é que seja feita uma transição do primeiro para o segundo modelo de cobrança da água e, num futuro inespecífico, todos os condomínios farão cobrança individual. A medição individualizada de água é lei: a regra de sustentabilidade ambiental é válida apenas para residentes em condomínios novos, conforme a Lei Federal 13.312 sancionada em 12 de julho de 2016, a qual entra em vigor em 2021.
Além de ser um método de cobrança mais fiel ao consumo de cada um, experiências em vários edifícios demonstram que isso traz também uma economia significativa para o condomínio! Sabendo que pagará um valor correspondente ao seu uso, os condôminos tendem a consumir racionalmente e economizar água em seu dia a dia. Enquanto que antes, sabendo que o pagamento era nivelado, não havia preocupação em economizar.
Na maioria dos condomínios o consumo de água é coletivo e representa cerca de 15% dos gastos, segundo pesquisa no site Valor Econômico e a adoção do sistema de cobrança individualizada pode gerar, em média, uma economia de cerca de 20%. Isso é o chamariz para adotar esse modelo. Outro fator que contribuiu foi que os preços dos hidrômetros têm caído gradualmente nos últimos anos, o que também ajudou a aumentar a adesão pelo serviço nos condomínios, mesmo antes da lei. Mesmo os condomínios mais antigos podem realizar a transição e passar a separar individualmente o consumo de água, ficando a cargo da concessionária a cobrança de cada um.