A depender do porte e perfil do condomínio, sua manutenção pode requerer despesas em diferentes áreas: limpeza, portaria, recepção, zeladoria, vigilância, jardinagem, entre outras. Tudo isso demanda recursos humanos e é justamente o pagamento de funcionários o principal responsável por abocanhar a maior parcela das receitas do condomínio.
De acordo com a AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), o custo com a folha de pagamento representa cerca de 65% de tudo o que é gasto nos condomínios, incluindo nesse cálculo os encargos trabalhistas envolvidos, algo que deve ser levado muito a sério pelos empregadores, sob o risco de sofrerem sanções da Justiça, o que acarreta mais despesas em multas, por exemplo.
Mas por que é tão caro manter um empregado trabalhando formalmente? Quanto custa um funcionário ao condomínio? É importante conhecer que fatores compõem esse valor e, a partir daí, ponderar o que é mais interessante para o seu condomínio. A assessoria de uma administradora de condomínios pode ser de grande ajuda na hora de organizar a folha, identificar perdas evitáveis e garantir o cumprimento de prazos.
Na ponta do lápis – Vamos à lista de obrigações trabalhistas. Primeiro, afora o salário mensal, cabe ao empregador pagar diretamente ao funcionário o vale-transporte. Além disso, precisa depositar mensalmente o FGTS e o INSS. Também é devido o pagamento de férias, 1/3 de férias e décimo terceiro salário e, sobre estes, incide igualmente o percentual do FGTS e do INSS.
Em uma simulação prática, caso um trabalhador tivesse um salário-base contratual de R$ 1.200,00 ele receberia por mês R$ 1.032,00 e vale-transporte (correspondente a salário e descontos de INSS e vale). Em contrapartida, somando todos os encargos que não podem deixar de ser pagos, o empregador paga, por este mesmo funcionário, um valor de R$ 2.056,70 (considerando que ele retenha 1/12 de férias e 1/12 do 13º salário por mês). Com isso, é possível concluir que o custo real de um empregado, na prática, é praticamente o dobro do valor que ele recebe de fato em mãos a cada mês.
Compensações – Diante de tal cenário, os síndicos tendem a querer encontrar soluções que possam ajudar a equilibrar as finanças do condomínio, seja fazendo uma substituição total ou parcial das responsabilidades em relação aos recursos humanos necessários à manutenção predial. Nesse sentido, algumas estratégias podem ser adotadas, como a instalação de portarias eletrônicas ou a terceirização de outras atividades.
Existem vantagens e desvantagens em relação à possibilidade de fechar com empresa que faz terceirização de serviços. Por um lado, há o atrativo de diminuir toda a burocracia e também no trato com empregados, pois todas as cobranças ficam a cargo da contratada. Também é possível consumir serviços por demanda: em vez de ter um faxineiro disponível todos os dias da semana, ele pode ir ao prédio realizar a limpeza apenas nos dias obrigatórios.
Contudo, é preciso atentar para a necessidade de o síndico fiscalizar de perto se a empresa honra todos os compromissos legais junto aos terceirizados, haja vista que o próprio condomínio pode ser solidariamente responsabilizado caso pagamentos de encargos trabalhistas não estejam sendo feitos.