Por Cecília Lima
A partir de novembro os brasileiros experimentarão grandes mudanças no que se refere à forma como se relacionam com o dinheiro e a como realizam suas transações financeiras. Isso ocorrerá porque entra em vigor neste mês o PIX, um novo sistema de pagamentos desenvolvido pelo Banco Central. As mudanças devem ser gradativas, mas a introdução dessa novidade deve, aos poucos, diminuir cada vez mais o contato que temos com o dinheiro físico, em “papel”.
Assim como outros artifícios lançados anteriormente ao longo da história bancária, tais como o cheque e o cartão plástico, o PIX vem para revolucionar o modo como as pessoas lidam com o dinheiro – agora cada vez mais “virtual” do que “real”. O PIX é um sistema que permite o pagamento digital, por meio de códigos, em tempo real.
Atualmente os bancos operam com modalidades de transferência via DOC ou TED que, além de demandar altos custos ao usuário (entre R$ 9 e R$20), não repassam o dinheiro no mesmo instante (estabelecem limitações de dias e horários úteis). Quando o PIX estiver em vigência, qualquer um poderá transferir dinheiro em qualquer horário do dia e a transação será compensada em poucos segundos.
Transações – Essas transações podem ser feitas de pessoas físicas para pessoas físicas (chamadas de transações P2P, person to person); de pessoas físicas para empresas, sejam locais físicos ou digitais (chamadas de transações P2B, person to business); de empresas para outras empresas, para pagamento de fornecedores, por exemplo (chamadas de transações B2B, business to business); de pessoas físicas e empresas para entes governamentais, para pagamentos de taxas e impostos, por exemplo (chamadas de transações P2G, person to government, e B2G, business to government). Assim, é certo que, cedo ou tarde, todo mundo uma hora chegará a aderir ao PIX.
Além de baixar consideravelmente os custos das transações (centavos), uma outra proposta do novo sistema é descentralizar os saques, caso a pessoa realmente necessite de dinheiro em espécie. A proposta é de que o saque deixe de ser um serviço exclusivo de agências bancárias ou caixas eletrônicos. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, anunciou que entre as possibilidades do PIX estará o saque em redes varejistas: as pessoas físicas poderão sacar dinheiro na padaria, farmácia, lojas, etc.
Pagamentos – Para realizar um pagamento via Pix, você pode ler um QR Code com a câmera do seu smartphone, na opção de fazer um Pix no aplicativo da sua instituição financeira ou de pagamento; ou então informar uma chave Pix (previamente cadastrada numa instituição financeira – banco), que pode ser CPF/CNPJ, e-mail ou telefone celular do recebedor por meio da opção disponibilizada por sua instituição financeira ou de pagamento no aplicativo instalado em seu smartphone. O mesmo pode ser feito quando a pretensão é receber um valor: o usuário pode gerar um QR Code e apresentar ao pagador ou apenas informar a sua chave e assim receber o dinheiro. É possível agendar PIX para datas futuras, não há valor mínimo e o dinheiro cai em poucos segundos, independentemente do dia/horário.
É a tecnologia acelerando todos os processos. Maiores informações: bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/pagamentosinstantaneos
*Jornalista