Por Cecília Lima com Assessoria ISB
De acordo com o Instituto Sprinkler Brasil, de janeiro a dezembro de 2020 foram contabilizadas 1.244 ocorrências de incêndios estruturais noticiadas pela imprensa. Desde 2012, a instituição monitora as notícias sobre esse tipo de incêndio e, mesmo assim, estima-se que os números apurados correspondam a menos de 3% da quantidade real de eventos. Isso se deve, em parte, ao fato de no Brasil não ser feita uma divulgação de dados oficiais, o que restringe a elaboração e implementação de políticas públicas para o enfrentamento deste problema nas edificações.
Primeiramente, é importante compreender como se dá a origem do incêndio acidental. Especialistas falam no chamado “tetraedro do fogo”, modelo formado por quatro elementos básicos que, dentro de um contexto, propiciam a ocorrência do sinistro. São eles: o combustível (substância que possa sofrer queima); o comburente (atua junto ao combustível na propagação do fogo); a fonte de calor (confere energia de ativação para iniciar combustão) e, por fim, a reação em cadeia (alimenta ciclo contínuo de sustentação do incêndio.
Gatilhos – Dentro do condomínio, pequenas atitudes aparentemente “inocentes” podem servir de gatilho para desencadear processos que irão favorecer um incêndio. Portanto, a conscientização dos indivíduos é um passo importante da prevenção. Exemplos cotidianos disso são: o descuido com manuseio de botijões de gás, fornos e fogões, o descarte de bitucas de cigarro acesas, a sobrecarga elétrica quando um morador coloca vários eletrodomésticos na mesma tomada e outras famosas “gambiarras” que de inocentes nada têm, pelo contrário, são altamente perigosas.
Além de educar os moradores e, na medida do possível, treiná-los com a formação de uma Brigada de incêndio, uma forma eficaz de evitar incidentes com fogo em edificações complexas é investir em detecção e combate precoce. Nesse sentido, o sprinkler é usado com sucesso para a finalidade de combater um incêndio estrutural. Ele se assemelha a um “chuveirinho”, consistindo em um sistema de jatos de água ligados a um bombeamento hidráulico. O acionamento deles geralmente acontece quando suas ampolas ou bulbos de vidro se rompem devido à elevação da temperatura provocada pelo fogo.
NBR – A norma brasileira que regulamenta a instalação dos sistemas de chuveiros automáticos é a NBR 10897:2014, a qual estabelece os requisitos mínimos para o projeto e a instalação de sistemas de proteção contra incêndio por sprinkler. No entanto, é necessário observar o que dizem as normas do Corpo de Bombeiros de cada estado, em particular, pois essas prevalecerão.
Em Santa Catarina, por exemplo, o Corpo de Bombeiros exige o sistema de sprinklers para edifícios residenciais acima de 100 m de altura descendente. Já em São Paulo não há exigência de sprinklers para edifícios residenciais. É válido salientar, todavia, que, embora quem defina a necessidade de um equipamento de segurança contra incêndio sejam os Bombeiros e os chuveiros automáticos ainda não sejam obrigatórios na maioria dos estados, esse equipamento tem potencial de ofertar maiores garantias à integridade física de condôminos e também à estrutura dos condomínios, sendo então um investimento em segurança.
*Jornalista
Serviço: Para mais informações sobre combate a incêndio, consulte a Previna Segurança contra Incêndios– 99600-1133