Sangue novo na gestão dos condomínios

Sangue novo na gestão dos condomínios

Gestão de prédios por novos síndicos cresce 16% em SP, resto do país segue mesma tendência

 

Se sua concepção de um síndico ainda é a daquele senhor acima de 60 anos, homem, casado, classe média, geralmente aposentado e, por isso, com muito tempo livre para tratar dos assuntos do prédio, está na hora de mudar seus parâmetros. O perfil das pessoas que assumem a gestão de um condomínio vem acompanhando também mudanças ocorridas na sociedade e hoje não segue mais um padrão.

 

Mulheres – Nas últimas décadas, a mulher vem ganhando vez e voz, vencendo aos poucos o machismo que ainda perdura no país. Essa transição se deu não apenas no mercado de trabalho, mas também nas suas relações mais particulares, o que inclui a administração do condomínio. O cargo de síndica é cada vez mais ocupado por elas.

 

A faixa etária também não é mais a mesma. Os condôminos mais jovens passaram a demonstrar mais interesse pela gestão e também são um grupo representativo à frente de vários condomínios pelo Brasil. Muitos vivem sozinhos e são solteiros, o que consiste em mais uma mudança no padrão do perfil dos síndicos de antigamente.

 

Se tal transição promoveu mudanças para melhor ou pior, não é possível se obter uma resposta concreta. A realidade de cada condomínio é diferente em suas vantagens e deficiências, o que torna a experiência da sindicância única em cada caso.

 

Profissional – Porém, o que há de certo para se afirmar é que aos poucos os próprios condôminos estão em busca de perfis diferentes a quem confiar os cuidados do condomínio, inclusive – por vezes – recorrendo a um profissional, ao invés de nomear um morador.

 

Essa busca por “sangue novo” e renovação, também se expressa nos índices de reeleição. Em tempos não muito distantes, a reeleição do síndico era tida como um rito praticamente obrigatório, hoje já não é.

 

Pela primeira vez em muitos anos houve crescimento do número de síndicos que se elegem para exercer o primeiro mandato no cargo na cidade de São Paulo. É o que aponta levantamento da Lello administradora de condomínios, com base em 1,9 mil empreendimentos residenciais onde vivem cerca de 800 mil pessoas.

 

De janeiro a abril 35% dos condomínios elegeram síndicos novos, contra 30% em 2015, o que representa aumento de 16,6%. Em 2016, 31% dos síndicos foram eleitos pela primeira vez. O índice médio de reeleição de síndicos nos condomínios de São Paulo foi de 70% nos últimos 15 anos. Antes disso, era de 90%, segundo a Lello. Neste ano, ficou em 65%, o que demonstra – mais uma vez – a quebra de paradigmas.

*Jornalista