Portas corta-fogo: você sabe para que servem?

Por Cecília Lima

Você sabe o que é uma porta corta-fogo? Muito provavelmente já tenha visto uma no seu prédio, mesmo sem saber que este é o nome dado a ela. Trata-se das portas que orientam rotas de fuga e evacuação em caso de incêndio, geralmente demarcam a passagem para as escadarias. Essas “portas de emergência” constituem importantes equipamentos de prevenção e combate a incêndio e, portanto, são essenciais para que o condomínio possa obter o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em sua NBR 11.742 (a qual fixa as condições para construção, instalação e funcionamento de portas corta-fogo) esses equipamentos têm por objetivo ser um obstáculo, impedindo ou pelo menos retardando de 60 a 120 minutos a propagação de chamas, fumaça e calor em uma situação de incêndio. Para tanto, as portas devem ser estrategicamente instaladas em passagens que façam conexões de um ambiente para outro.

Instalações – Há indicação de uso das portas de emergência nos seguintes locais, de acordo com a NBR 11.742: como já citado, nas escadas de emergência de edifícios e suas respectivas câmaras; em áreas de refúgio; em paredes utilizadas na separação de riscos industriais e comerciais e compartimentos de áreas, desde que utilizadas exclusivamente para passagem de pessoal; áreas de acesso restrito, que tenham ligação direta com as rotas de fuga; acesso às passarelas e outros locais que interliguem edifícios; portas em corredores que tenham acesso às rotas de fuga; acesso a locais de medição, proteção e transformação de energia elétrica.

É importante lembrar que a finalidade da porta corta-fogo é viabilizar uma eficiente rota de fuga aos moradores, funcionários, visitantes e quem mais esteja no interior do prédio no caso de uma emergência. Assim, é fundamental que ela esteja em condições adequadas para ser usada a qualquer momento, afinal ninguém sabe quando uma situação de risco pode vir a ocorrer. A instalação deve ser feita sempre no sentido da evasão, nunca abrindo ao contrário, o que dificultaria muito um fluxo de evacuação.

Mau uso – Outros detalhes do uso dessa porta devem ser esclarecidos junto aos moradores e para isso é importante explicar-lhes qual é a serventia da porta: ela não deve nunca ser trancada a chave ou parafusada, nem tapada por móveis ou qualquer tipo de bloqueio. Por outro lado, também não pode ser mantida permanentemente aberta (sendo calçada com algum objeto que possa servir de obstáculo, por exemplo). A porta corta-fogo deve estar sempre fechada, mas contando com uma barra ou maçaneta que possa ser facilmente acionada para abri-la. Os moradores devem ser orientados a manusear a porta com cuidado, evitando bater, pois isso acelera o processo de desajuste dos componentes.

Manutenções – Uma condição essencial para que o equipamento de segurança cumpra o papel para o qual foi projetado é a porta não ficar entreaberta, mas sim fechada. Se a porta não está fechando adequadamente, ela está precisando de manutenção com urgência. Por isso, deve-se ter o máximo de cuidado com as maçanetas e dobradiças, que com o decorrer do uso vão afrouxando. Para assegurar o condicionamento, é recomendável realizar o reaperto e lubrificação das dobradiças, ajuste do sistema de molas, avaliação do sistema de abertura (maçaneta ou barra antipânico) a cada três meses. Não é excessivo relembrar que tais mecanismos são dispositivos que podem salvar vidas, feitos para serem usados em situações de emergências e essas são sempre imprevisíveis.

*Jornalista