Por Cecília Lima
O trabalho de conciliação de conflitos entre os condôminos é uma ferramenta que facilita tanto o convívio, quanto a gestão financeira e jurídica de todos que moram no prédio. A sensibilidade e a capacidade de se colocar no lugar do outro fazem com que as mulheres, no papel de síndica, tornem mais fáceis as resoluções de conflitos pessoais entre moradores. Apenas uma das tantas habilidades que as síndicas levam vantagem sobre os colegas do sexo oposto
Praticidade na relação com os moradores, habilidade para dividir o tempo com a vida pessoal, profissional e com a gestão do condomínio. As mulheres são capazes de gerir com maestria várias obrigações, sem relaxar em nenhum delas. A atenção aos detalhes, a seriedade na gestão das despesas, a organização para lidar com pagamentos e o principal, o dom maternal que é inerente ao sexo feminino.
Responsabilidade – Características que Maria Cristina Cunha, funcionária pública, demonstrou nos quatro anos em que esteve a frente como síndica de um condomínio em Olinda, Pernambuco. Ela conta que, independente do gênero, para ocupar a função, é preciso ter acima de tudo honestidade e responsabilidade com os demais moradores. “Acredito que desempenhei um papel que não interferiu em nenhum momento, o fato de eu ser mulher. Como qualquer pessoa, sempre apresentei qualidades que independem de gênero. Apresentava sempre uma boa organização com as coisas relacionadas ao prédio, iniciativa nas assembleias e na proposta de melhorias para o prédio, e o principal, bom trato com as pessoas”, comentou.
Mesmo diante de um cenário no qual a mulher é vista como frágil, por algumas poucas pessoas, Maria Cristina Cunha explica que nunca sofreu na posição de síndica pelo fato de ser mulher. “Vivemos em uma sociedade altamente machista, mas, felizmente, não cheguei a ter minha capacidade como gestora questionada, ou sofrido qualquer tipo de intimidação”, completou.
Ocupação – A realidade é que as mulheres estão ocupando cada vez mais papeis de notoriedade no mundo. Na administração de condomínios não é diferente. Conforme levantamento recente, estima-se que exista uma proporção de 60% de homens para 40% de mulheres no cargo de síndico. Em algumas empresas administradoras de condomínios, o percentual de mulheres na gestão direta dos prédios chega a até 45%. E a tendência é que o número de homens e mulheres exercendo a função se aproxime cada vez mais.
Mesmo sendo natural que a mulher trabalhe em qualquer ambiente e posição, o machismo ainda está presente em diversos locais da nossa sociedade. Muitas vezes o incômodo de ter que se relacionar com uma mulher em uma condição superior ainda existe, mas as síndicas não devem desanimar. É a mensagem deixada por Maria Cristina Cunha. “Poderia ter sofrido por ser mulher, como sei que é possível que alguma no papel de síndica tenha sofrido. Mas é preciso que ela se mantenha firme e que tenha um objetivo maior: Ser uma gestora com probidade e que quer sempre o bem das pessoas que moram no condomínio”, finalizou.
*Jornalista