Por Cecília Lima
Além do apelo à sustentabilidade e responsabilidade perante o meio ambiente, a implementação da energia solar como recurso principal ou complementar tem sido uma tendência forte e crescente no Brasil nos últimos anos. O fato de o nosso país possuir uma geografia favorável e também o progressivo barateamento de custos de instalação são fatores que atraem cada vez mais adeptos dessa modalidade de energia “limpa” e renovável.
O principal indicativo que tem atraído mais pessoas a procurarem a energia fotovoltaica como opção é a possibilidade de reduzir drasticamente as contas mensais. A adesão a essa fonte de energia pode gerar um abatimento que varia de 50 a 95% na conta de luz. Embora saibamos que o investimento inicial para a instalação dos módulos fotovoltaicos requeira um alto valor, o retorno é garantido, pois todo o equipamento acaba sendo pago ao longo dos anos em virtude do que foi economizado com a redução da conta. Dali em diante, só lucro.
Na ponta do lápis – Em termos práticos, podemos considerar um hipotético projeto de condomínio localizado no Nordeste (boa exposição ao sol durante todo o ano), possuindo área suficiente para a instalação de módulos fotovoltaicos, com 20 condôminos e que o consumo médio de cada residência seja 300KWh/mês, mais a área comum de 1200KWh/mês, totalizando 7.200Kwh/mês. Para essa geração, seria necessário um investimento de R$ 209.000,00 e o payback, ou seja, o tempo de retorno de investimento seria na média de 3 anos, isso se for considerar os aumentos tarifários, impostos e inflação, a aplicação se torna ainda mais atrativa.
No contexto dos condomínios, pode-se fazer tanto a geração de energia para as unidades domiciliares, quanto para as áreas comuns. Tudo dependerá primeiramente da disposição do prédio em aderir total ou parcialmente ao modelo e também da disponibilidade de espaço para a instalação dos módulos fotovoltaicos, uma vez que um dos pontos que inviabiliza a instalação é a falta de espaço para a montagem das placas solares em número suficiente para a redução dos 95% na conta de luz do condomínio.
Qualidade técnica – A quantidade de painéis dependerá da demanda prevista, entre outros fatores. Todos os componentes necessários (módulos e os cabos fotovoltaicos, dispositivos de proteção e seccionamento, as unidades de condicionamento de potência, inversores, controladores de carga das baterias, etc.) serão dimensionados seguindo a norma NBR 16690 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Assim como no caso de um projeto elétrico de qualquer tipo de edifício, o plano de implementação de um sistema fotovoltaico deve ser concebido por equipe especializada, liderada por engenheiro com experiência no nicho da energia solar. Além do projeto e execução, a instalação só deverá ser operada, mantida e inspecionada exclusivamente por profissionais habilitados e qualificados na área.
*Jornalista