Censo aponta para mais pessoas morando em condomínios

Censo aponta para mais pessoas morando em condomínios

Por André Resende

publicada em 05/03/2024

 

 

Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o número de brasileiros morando em apartamentos cresceu nos últimos 12 anos. Percentualmente, a população brasileira que residia em apartamentos em 2000, era 7,6%, passando para 8,5% em 2010 até chegar aos 12,5% registrados em 2022.

 

Bruno Perez, analista da pesquisa, explica que esse aumento é expressivo e nacional, sendo registrado em todas as regiões do país, embora seja mais típico dos grandes centros urbanos. “Essa verticalização é uma resposta ao adensamento da população dos municípios, principalmente nas áreas de região metropolitana e nos centros das cidades maiores”, afirma.

 

Dados – Na comparação entre o Censo de 2010 e o de 2022, a proporção da população residindo em apartamento teve expansão em todas as regiões. O maior percentual segue no Sudeste (16,7%), seguido pelo Sul (14,4%). Na outra ponta, aparece o Norte (5,2%).

 

Entre as unidades da federação (UF), o Piauí teve a maior proporção da população residindo em domicílios do tipo “casa” (95,6%), seguido de perto pelo Tocantins (95,3%) e Maranhão (95,1%). Já a menor foi no Distrito Federal (66,14%), que por sua vez, liderava o ranking de percentual da população residindo em apartamentos (28,7%), enquanto o Tocantins (2,5%) teve a menor proporção no quesito.

 

A maior ocorrência dos domicílios do tipo casa de vila ou em condomínio foi registrada no Rio de Janeiro (5,9%), seguido por Roraima (5,3%). Espírito Santo (0,5%) apresentou o menor percentual.

 

Exceções – Apesar de registrar uma expansão dos domicílios do tipo apartamento, o Censo Demográfico 2022 mostra que, dos 5.570 municípios brasileiros, em apenas três predominava essa modalidade. São exceções nacionais, mas com características peculiares e diferentes entre si. Um desses municípios é Santos (SP), o único da lista no Censo 2010, quando 57,8% da população moravam em apartamentos. Esse percentual passou para 63,4% em 2022.

 

“É um município com boa parte de sua área em uma ilha, onde fica a parte urbana já totalmente ocupada. Por isso, a tendência de expansão é a verticalização. Parte do que poderia ser a periferia e regiões menos adensadas de Santos estão em municípios vizinhos”, explica Bruno.

 

Já Balneário Camboriú (SC) segue uma lógica diferente. Com uma atividade imobiliária intensa nos últimos anos e sendo um destino turístico importante da região Sul, o município catarinense viu o percentual de moradores em apartamentos saltar de 48,9% para 57,2% do Censo 2010 para o Censo 2022. A cidade do litoral norte de Santa Catarina tem chamado a atenção pelo grande número de arranha-céus construídos recentemente. “É uma tendência de áreas litorâneas valorizadas economicamente: um adensamento que gera verticalização para atrair mais pessoas que querem estar próximas às praias”, justifica o pesquisador.

 

Completa a lista São Caetano do Sul (SP). O município, diz Bruno, tem uma área relativamente pequena, com população de porte médio e muito inserida na Região Metropolitana de São Paulo, estando consideravelmente próxima ao centro da capital. “Ou seja, tem características semelhantes à área do chamado Centro Expandido de São Paulo: bastante adensado e tem verticalização considerável”, completa o analista.

*Jornalista