Por Cecília Lima
Com a pandemia de Covid-19 conseguimos absorver algumas lições em relação à saúde e segurança em condomínios: uma é de que atitudes individuais (principalmente as negativas) impactam significativamente no contexto da coletividade. Outra lição é a de que o ambiente condominial precisa adotar normas de vigilância e manutenções para preservar a salubridade e evitar disseminação de doenças.
Nesse cenário, não é apenas o Coronavírus que nos preocupa. Os síndicos – sobretudo das regiões situadas em áreas endêmicas – precisam estar alertas aos casos de arboviroses como Dengue, Febre Chikungunya e Zika, cujos índices se elevam particularmente nesta época do ano. Tais doenças são transmitidas pelo mosquito-fêmea da espécie Aedes aegypti, que se prolifera em ambientes com condições favoráveis: acúmulo de entulhos que possam empoçar água, vasos de plantas, contêineres de lixo, caixas d’água sem manutenção, etc.
Aumento de casos – Conforme boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, no ano passado o número de notificações por Chikungunya avançou em 17 estados brasileiros, obtendo 96.288 mil casos, o que significou uma elevação de 32,7% nas ocorrências em relação a 2020. A região Nordeste lidera os casos, sendo seguida pelo Sudeste e Centro-Oeste. A Dengue, por sua vez, continua sendo a principal preocupação, tanto por ter maior número de casos, quanto pelo potencial de fazer quadros mais graves.
Em razão disso, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Combata o mosquito todo dia”, com o intuito de chamar a atenção para este problema de saúde pública e incentivar os brasileiros a adotarem rotinas de ações preventivas, incluindo aqui os condomínios residenciais. Nesses, um dos principais cuidados a tomar é em relação às caixas d’água e reservatórios.
Caixas d’água – Quando não estão devidamente lacradas, as caixas d’água podem se transformar em verdadeiros criadouros para o mosquito Aedes aegypti, especialmente na temporada de verão, quando as temperaturas se elevam. Por isso, a vistoria deve ser realizada a fim de checar condições das paredes e tubulações. Nessas superfícies, pode se acumular um biofilme (fina película orgânica contendo sujidades e microrganismos potencialmente causadores de doenças), que precisa ser adequadamente removido.
A higienização da caixa d’água exige interrupção do fluxo de água por um intervalo de tempo. Portanto, os moradores e funcionários devem ser oficialmente comunicados do dia e hora com antecedência para se planejarem. É válido ressaltar que este serviço deve ser executado por empresa qualificada não só com o intuito de obter o melhor resultado, mas também para evitar possíveis acidentes durante a execução, haja vista que com frequência as caixas d’água estão instaladas em localizações de acesso de risco, como telhados.
Além disso, o síndico deve estar atento à necessidade de realização periódica da análise biológica e bioquímica da água distribuída no condomínio, a fim de assegurar sua potabilidade, atestando não só a ausência de larvas de mosquito como níveis seguros de outros organismos nocivos à saúde.