Hidrojateadores X Mangueiras: saiba como economizar água


A cada dia cresce a preocupação em torno da necessidade de se economizar água. Esta não é atitude apenas governamental. Síndicos e condôminos também tem a contribuir

 

 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, divulgados em 2010, até 2025, 2,8 bilhões de pessoas em 48 países vão sofrer em situação de escassez total de água. Apesar de o Brasil ser um país rico em recursos hídricos, a precariedade no sistema de saneamento básico e do tratamento de esgoto ainda privam boa parte da população ao acesso à água potável. Mesmo assim, muita gente ainda desperdiça. É comum ver, inclusive em dias de chuva, pessoas lavando os passeios e quintais com mangueiras, muitas vezes perdidas em conversas com o vizinho ou simplesmente passando o tempo.

 

O que essas pessoas talvez não saibam, é que a mangueira ligada gasta de dois mil a três mil litros de água por hora, uma desvantagem em relação ao custo/benefício. Segundo o proprietário da Hidrojet, Edno Luis Naves, os hidrojateadores, máquinas de água com alta pressão, podem ser alternativas para a limpeza de grandes espaços com maior economia de água. Ele afirma que, para fazer o mesmo trabalho da mangueira, a máquina gasta 400 litros de água por hora, um consumo sete vezes e meia menor.

 

Edno explica que as máquinas hidrojateadoras podem ser usadas para limpeza de áreas a partir de 500 metros. “É o ideal para limpar área de churrasqueira, áreas comuns, pedras de piscina. Mas até em residências já se encontra a máquina”, diz ele.

 

O uso das máquinas hidrojateadoras começou a ser utilizada em clubes, que por causa do alto consumo, procuram uma maneira de economizar. No Labareda, por exemplo, a máquina é utilizada há bastante tempo. Segundo o gerente do clube, Waldemar Barbosa Lopes, a economia é grande. “A máquina de alta pressão é econômica, limpa área de cinco a seis mil metros quadrados. A limpeza dura a manhã toda. Nos atende mais, porque a mangueira joga água, mas não limpa”, explica.

 

Consciência – Segundo o agente de saneamento da Copasa, Givanildo de Almeida Cruz, não é possível aferir exatamente em termos de volume de quanto é a economia no volume de água. Entretanto, é possível afirmar que o gasto de água com a máquina é menor porque a bomba aumenta a pressão e diminui o volume que sai da torneira. Mas, segundo ele, o mecanismo também tem que ser usado com muita consciência. “Isso vai da educação. A pessoa acha que esta economizando, mas fica ligada mais tempo. Tudo é comportamento”, alerta.

 

Givanildo também recomenda aos síndicos que, independente do equipamento usado para a limpeza do prédio, orientem os empregados do condomínio a não desperdiçarem água ao limpar as áreas comuns. “O síndico tem que trabalhar a questão educacional. A mentalidade do funcionário é que a água não é dele, então gastam a vontade. Em vez de lavar o chão com mangueira toda semana ou mais de uma vez por semana, pode optar por lavar quinzenalmente, com ajuda da vassoura. O síndico também pode proibir a lavagem de carro no condomínio”, ensina ele.

 

Fora isso, os moradores também devem contribuir nas próprias unidades. Givanildo diz que observar o tempo de banho e a quantidade de água gasta na escovação dos dentes e verificar vazamentos são atitudes que economizam água.

 

BOX

Dicas do agente de saneamento da Copasa, Givanildo de Almeida Cruz para reduzir o consumo de água:

  • Diminuir o tempo de banho. Em uma casa de quatro pessoas, um banho de 15 minutos gasta 140 litros por dia. Se o tempo for reduzido para oito minutos, com o chuveiro desligado para se ensaboar, o gasto cai para 40 litros.
  • Vazamentos na descarga e vasos sanitários, promovem gastos absurdos.
  • Acumular quantidade correta de roupas para lavar na máquina
  • Eliminar o uso da mangueira

 

Givanildo chama atenção para o fato de que a água é um recurso não renovável e se não for preservada, pode acabar um dia. “As pessoas só vão compreender que a água é um produto finito, quando ela acabar. As previsões de falta de água são alarmantes. Onde já não tem mais água, as pessoas cuidam mais. Onde tem, as pessoas usam de qualquer maneira”, alerta.